tantos, tantos sonhos guardados
25.08.21 | voosdemulher
Entre o tédio e o fastio,
fui limpar as estantes,
tirar um por um
cada livro, perdido
no esquecimento
do tempo.
Tocá-lo, sacudir
a poeira dos anos,
acariciar as memórias,
a cada título,
a cada dedicatória.
Olha este,
oferecido pelo João,
comprado pela Maria.
Outro ainda,
proibido, surripiado
numa velha livraria.
Tantos, tantos
sonhos guardados,
revoltas infindas,
estórias, moldes
que me fizeram.
Sem tédio e sem fastio
arrumei as minhas estantes,
naveguei por caminhos
libertários, errantes,
vi a vida a andar
depressa, devagarinho,
aos tropeções, caindo,
levantando,
sempre levantando
num passo certo
constante.
Teresa Matos